Quando se adquire por puro acaso um costume, pode ter certeza que essa será uma mania difícil de tirar de si. Pois é, eu durante os anos que acordei todos os dias cedo, tomei café, me arrumei afim de chegar a tempo na faculdade, também adquiri quase sem querer o habito de pegar o mesmo ônibus com o mesmo motorista, no mesmo horário, que sempre faz o mesmo trajeto ( ufa! ).
Todo dia sempre igual, e em tempos que eu não usava o mp3 pra desligar o meu cérebro e magicamente fazer a viagem parecer menor e mais rápida, eu ficava ( fico ) observando as ruas e as pessoas sempre fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito. Uma espécie de ''novelinha'' repetitiva de poucos personagens cativantes. Vou agora falar de um desses personagens, que para muitos nem pode ter algum valor e importância, mas para mim de certa forma teve.
Nela moravam dois personagens favoritos da minha 'novela secreta': O velho e seu Beagle. Todo dia na mesma hora eu via o senhorzinho ( por volta de uns 70-80 anos) todo arrumado, sempre usando trajes de tons castanhos e beges ( os mesmos tons da casa) passar lentamente por seu mini jardim, abrir o portão sem pressa e ao seu lado, caminhando a passos de 'companheiro cansado', o beagle ( tambem idoso) . Ele então fechava o portão e ia caminhando com o cachorro rua acima, lentamente, ambos lado a lado. Cumprimentando a vizinhança, passo a passo, rua acima, todos os dias.
Eu observando sempre a coleira nunca tencionada do beagle. Ele não tinha mais o fogo de um cão jovem, não podia mais portanto 'dar trancos' no dono. O dono por sua vez não tinha mais forças o suficiente para andar a sua frente. E assim era todos os dias. Desenvolvi assim um certo carinho pelos dois e pela casa. Um conjunto unico e cativante.
Todo dia sempre igual, e em tempos que eu não usava o mp3 pra desligar o meu cérebro e magicamente fazer a viagem parecer menor e mais rápida, eu ficava ( fico ) observando as ruas e as pessoas sempre fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito. Uma espécie de ''novelinha'' repetitiva de poucos personagens cativantes. Vou agora falar de um desses personagens, que para muitos nem pode ter algum valor e importância, mas para mim de certa forma teve.
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Eram duas casas geminadas, provavelmente dos anos 40 ou de antes até. Daquelas que não tem garagem e sim um mini jardim com muro baixo de pedra vermelha com grade rebuscada. Térrea, com um porão que faz a casa ter uma escada de 4 degraus charmosos na entrada. Ambas com suas características originais, porém a casa da direita estava mais mal cuidada e no fim do ano passado ( senão me falha a memória) ela foi demolida, dando lugar a uma construção moderninha pré-fabricada, assinada por algum arquiteto e não atraindo mais a atenção desde então. Ficou então somente a casa da esquerda, a mais bem conservada e sempre a minha favorita.Nela moravam dois personagens favoritos da minha 'novela secreta': O velho e seu Beagle. Todo dia na mesma hora eu via o senhorzinho ( por volta de uns 70-80 anos) todo arrumado, sempre usando trajes de tons castanhos e beges ( os mesmos tons da casa) passar lentamente por seu mini jardim, abrir o portão sem pressa e ao seu lado, caminhando a passos de 'companheiro cansado', o beagle ( tambem idoso) . Ele então fechava o portão e ia caminhando com o cachorro rua acima, lentamente, ambos lado a lado. Cumprimentando a vizinhança, passo a passo, rua acima, todos os dias.
Eu observando sempre a coleira nunca tencionada do beagle. Ele não tinha mais o fogo de um cão jovem, não podia mais portanto 'dar trancos' no dono. O dono por sua vez não tinha mais forças o suficiente para andar a sua frente. E assim era todos os dias. Desenvolvi assim um certo carinho pelos dois e pela casa. Um conjunto unico e cativante.
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Passaram-se meses e minha rotina mudou a necessidade de pegar o ônibus no horário de sempre. Me distanciei da 'casa, o velho e seu beagle'. Nas horas que passei pela casa fora do 'momento padrão' nunca vi ninguém em seu jardim ou na janela, ninguém além do velho e seu cão no horário de sempre. Só aconteceu uma vez, foi e um domingo a tarde, quando voltava de um curso, passei pela casa e para minha surpresa o velho se despedia de um neto- suponho pela idade que aparentava o rapaz .***
Aconteceu na semana passada, pouco depois de adquirir novamente o habito de levantar e pegar o ônibus de sempre, percebi que algo ''faltava'' no meu começo de dia. Olhei então pela janela ao meu lado, enquanto selecionava a musica que estava escutando e 'vi': onde estariam os dois?
E mais uma semana se passou. Nada.
Foi de noite então, que vim sentada no ônibus, no lado da rua que a casa está. Nela vi a recém colocada placa de 'vende-se'. Senti um vazio tolo no peito. Meus 'amigos' não estão mais lá, e talvez dentro de pouco tempo a casa antiga e bem cuidada também não. Será uma lembrança só minha, cheia de finais ora possíveis, ora fantásticos. Uma lembrança e uma historia que talvez os personagens nunca saibam que fizeram parte.
E mais uma semana se passou. Nada.
Foi de noite então, que vim sentada no ônibus, no lado da rua que a casa está. Nela vi a recém colocada placa de 'vende-se'. Senti um vazio tolo no peito. Meus 'amigos' não estão mais lá, e talvez dentro de pouco tempo a casa antiga e bem cuidada também não. Será uma lembrança só minha, cheia de finais ora possíveis, ora fantásticos. Uma lembrança e uma historia que talvez os personagens nunca saibam que fizeram parte.
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Sim amiguinhos, eu fiz um desenho meio rascunho baseado no que está na minha mente, mas desta vez optei por não posta-lo, pra deixar a casa, o velho e seu beagle na imaginação de vocês. Se vocês quiserem eu posto (aha, mas peça nos comentários ).
Texto grande, eu sei. Mas compensa a ausência de posts nas outras semanas.
Texto grande, eu sei. Mas compensa a ausência de posts nas outras semanas.
3 comentários:
hauhauah
mto bom em deixar o trabalho para nossa imaginação! haha
mas posta o desenho aí, vaaai =D
ah, letícia, seu botão de feeds é absurdamente bacana! =D
Em breve Àsbel, em breve :D
acho que serei um velho com um beagle num futuro distante.
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